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Julho Amarelo: no passado, tratamento contra hepatites era doloroso e inseguro

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Julho Amarelo: no passado, tratamento contra hepatites era doloroso e inseguro

Presidente do Grupo Vontade de Viver, criado para oferecer apoio a portadores de todos os tipos de hepatites virais na Bahia, Rômulo Corrêa conta que, no início da década de 1990, enfrentar qualquer um dos três tipos da doença era uma tarefa ainda mais difícil. Ele descobriu que era portador do tipo C em 1991, e com a tecnologia defasada encontrada no Brasil na época, o tratamento era algo doloroso e pouco confiável. [Leia mais...]

Julho Amarelo: no passado, tratamento contra hepatites era doloroso e inseguro

Foto: Marcello Casal Jr/ABr (ilustrativa)

Por: Bárbara Silveira no dia 25 de julho de 2016 às 17:43

Até o próximo domingo (31), a Metrópole chama a atenção para os riscos das hepatites virais com matérias alertando para a importância do tratamento das doenças. A questão é alvo da campanha Julho Amarelo, realizada pelo governo federal em parceria com estados e municípios, que promove ações ao longo do mês de esclarecimento sobre a hepatite.

De acordo com o Ministério da Saúde, estima-se que 1,7 milhão de pessoas já foram infectadas pela hepatite C, que é responsável por 70% das hepatites crônicas e 40% dos casos de cirrose. Segundo a Secretaria de Saúde do Estado, na Bahia, de 2007 a junho de 2016 foram registrados 28.856 casos suspeitos, sendo confirmados 4.312 casos de hepatite A, 4.843 de hepatite B e 4.972 de hepatite C. Ao todo, a doença já matou 886 pessoas no estado.

Presidente do Grupo Vontade de Viver, criado para oferecer apoio a portadores de todos os tipos de hepatites virais na Bahia, Rômulo Corrêa conta que, no início da década de 1990, enfrentar qualquer um dos três tipos da doença era uma tarefa ainda mais difícil. Ele descobriu que era portador do tipo C em 1991, e com a tecnologia defasada encontrada no Brasil na época, o tratamento era algo doloroso e pouco confiável. “Os medicamentos tinham muitos efeitos colaterais: caía cabelo, a pessoa emagrecia 10 kg, além dos problemas de visão e psicológico. Era longo, dolorido e a pessoa não tinha certeza de que ia melhorar. O índice de cura era cerca de 50%, no máximo. Era uma coisa horrível”, recorda.

Anemia e depressão 

Além dos problemas citados por Rômulo, de acordo com o Ministério da Saúde, a medicação distribuída pelo Sistema Único de Saúde (SUS) até meados de 2015 para tratar o tipo C da doença causava ainda anemias graves e depressão. De acordo com o presidente do Grupo, o sofrimento com os efeitos colaterais levou diversos pacientes até a ONG, fundada em 2002 em parceria com outras pessoas que enfrentaram a hepatite na Bahia. “Tem o ombro amigo. Os medicamentos modernos dão menos efeitos colaterais, e o tratamento é mais rápido, mas antes era horrível, com efeitos muito fortes, a pessoa chegava apavorada”, afirma.

Porém, há pouco mais de um ano, novos medicamentos passaram a ser importados do Canadá, Estados Unidos e Holanda, garantindo um tratamento mais tranquilo para os pacientes, como menos efeitos colaterais. Na época, o investimento inicial para a aquisição dos medicamentos sufosbuvir e daclatasvir foi de cerca de R$ 1 bilhão.