Paulsen vota por condenação de Lula: ʹIlícitos penais gravíssimosʹ

O desembargador Leandro Paulsen seguiu na íntegra o relator Gebran Neto e votou a favor da condenação do ex-presidente Lula (PT) por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá, em julgamento na tarde desta quarta-feira (24), no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4). O magistrado listou 71 provas que imputam os crimes ao petista.

“Estamos tratando da revelação de uma criminalidade organizada envolvendo a própria estrutura do estado brasileiro. Ilícitos penais gravíssimos com prejuízos bilionários”, justificou. "Lula agiu por ação e omissão para prática criminosa. [...] Luiz Inácio agiu pessoalmente para tanto bancando quedas de braço com conselhos da Petrobrás, na condição de presidente da República, e chegou a ameaçar a demissão dos conselheiros caso não fosse confirmada a indicação de sua escolha na estata. [...] Existem muitos elementos para que se entenda que houve realmente pagamento de propina ao Partido dos Trabalhadores", apontou o magistrado.

O revisor do processo, em sua justificativa, citou o ex-presidente dos Estados Unidos Richard Nixon e o caso Watergate, ao lembrar que o próprio petista instalou algumas das medidas anticorrupção que agora o condenam.

“A eleição e assunção do cargo não põe o eleito acima do bem e do mal", resumiu Paulsen. Quando com a palavra, o magistrado ressaltou, por mais de uma vez, que a execução de crimes no cargo de Presidente da República é "estarrecedora"

"Acusar um presidente ou ex-presidente exige extrema convicção por parte do MP e enorme responsabilidade. Julgá-lo exige todos os cuidados por parte do Judiciário", ponderou. 

Agora vota o desembargador Victor dos Santos Laus, mas TRF já tem maioria para condenar o petista.