Senador não acredita em retaliação do STF contra Renan Calheiros

O senador Humberto Costa (PT) comentou o pedido de afastamento de Renan Calheiros da presidência do Senado, feito pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo o petista, em entrevista à Rádio Metrópole, na manhã desta terça-feira (6), o Brasil vive um momento grave. "Temos uma crise que deixou de ser política para ser institucional. Uma briga entre o Legislativo, o Judiciário e o Ministério Público. Estamos defendendo a ideia de que temos de ter tranquilidade. Eu não acredito [que o pedido de afastamento] tenha sido uma retaliação a Renan, seria apequenar o STF. A forma de resolver a crise passa pelo entendimento. Não posso acreditar que o STF tenha se posicionado com retaliações. O Congresso Nacional tem sua autonomia. Todos temos que respeitar a autonomia", ressaltou. 

Para Costa, o poder dado aos presidentes das casas legislativas precisa ser rediscutido. "Nós estamos com uma postura de não fazer precipitação. Nós temos que aguardar a comunicação oficial do STF. Só depois disso, o presidente Jorge Viana vai definir como agir de agora em diante. Tudo começa com o movimento de instabilização política da ex-presidente. Quem afastou a ex-presidente Dilma Rousseff pensou que depois dela tudo seriam flores. Mas, na vida real as coisas são diferentes. Vemos o agravamento da crise politica que virou crise institucional. A recessão econômica está virando uma depressão e estamos vendo que teremos uma grave crise social. Nós temos que pensar saídas democráticas para a crise. É muito bom ter cautela. Eu só vejo uma saída, se nós realizarmos uma eleição direta para presidente da República, alguém legitimado", pontuou. 

Na oportunidade, o petista também criticou o Congresso Nacional. "Já deu o que tinha de dar. Se formos para uma eleição presidencial, o presidente teria que conviver com esse congresso que está aí. Eu não acredito que esse governo de Michel Temer pode chegar até o Carnaval, ele não vai brincar o Carnaval. É preciso reconhecer que Temer foi eleito na chapa de Dilma. Eu só vejo essa saída, a da eleição", analisou Costa.