Turquia: militares tomam o poder e população protesta; governo fala em "golpe"

As Forças Armadas da Turquia anunciaram no início da noite desta sexta-feira (15) que tomaram o poder do país. Os militares comunicaram que o ato ocorreu em "prol da ordem democrática". Em entrevista à rede CNN, o presidente turco, Tayyip Erdogan, disse que se trata de uma tentativa de revolta de uma minoria dentro das Forças Armadas.

Segundo ele, o ato foi encorajado por uma "estrutura paralela" e que terá a resposta necessária. Erdogan afirmou que o Exército estaria dividido, segundo que alguns dos seguimentos não apoiam a tentativa de golpe. Diante a ação do Exército, o presidente convocou populares para tomarem as ruas e protestarem contra a tentativa de golpe. "Iremos superar isso", afirmou Erdogan. 

Tanks run over cars in Istanbul as protesters climb onto, block them (VIDEOS) https://t.co/Ir71oIEkgh pic.twitter.com/L33yNMHtUm

— RT (@RT_com) 16 de julho de 2016

A emissora de televisão turca TRT chegou a ser tomada pelos militares e acabou saindo do ar. Jornalistas que estavam dentro do prédio relataram que tiveram os telefones confiscados. Uma jornalista foi forçada a ler um pronunciamento do grupo, que declarou que uma nova constituição vai ser preparada o antes possível. O comunicado diz também que o estado de direito foi 'erodido' pelo governo atual e que o país agora está sendo comandado por um 'conselho de paz', que vai assegurar a segurança da população. Um helicóptero do Exército sobrevoou a agência nacional de inteligência da Turquia, localizada em Ankara, e atirou contra o prédio. Além do bombardeio, agências internacionais relataram tiroteios próximos ao aeroporto de Ataturk, em Istambul.

VIDEO: Military helicopter opens fire at Turkish Intelligence Agency MIT HQ https://t.co/B86WmvscrR pic.twitter.com/abXOZuFW2M

— RT (@RT_com) 15 de julho de 2016