Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Sábado, 04 de maio de 2024

Home

/

Notícias

/

Justiça

/

Hacker Delgatti falsificou soltura de integrante de facção condenado a 200 anos de prisão, revela PGR

Justiça

Hacker Delgatti falsificou soltura de integrante de facção condenado a 200 anos de prisão, revela PGR

Alvará foi incluído por Delgatti quando ele invadiu o Sistema Eletrônico de Execução Unificado; hacker foi denunciado pela PGR nesta terça

Hacker Delgatti falsificou soltura de integrante de facção condenado a 200 anos de prisão, revela PGR

Foto: Lula Marques/Agência Brasil | Reprodução

Por: Metro1 no dia 24 de abril de 2024 às 08:35

O hacker Walter Delgatti Netto incluiu um falso alvará no sistema da Justiça para soltar Sandro Silva Rabelo, o “Sandro Louco”, líder do Comando Vermelho no Mato Grosso, condenado a mais de 200 anos de prisão.

A revelação consta no documento da Procuradoria-Geral da República (PGR) que denunciou Delgatti e a deputada federal Carla Zambelli (PL) pela invasão do site do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Zambelli foi denunciada como mandante do crime.

Segundo a PGR, o alvará foi incluído por Delgatti quando ele invadiu outro sistema da Justiça, o Sistema Eletrônico de Execução Unificado (SEEU). Entre os crimes cometidos por Sandro estão homicídio, latrocínio, sequestro, porte de arma, roubo e organização criminosa.

O Tribunal de Justiça do Mato Grosso confirmou que Sandro permanece preso, mas não detalhou se o alvará chegou a constar no sistema ou em qual momento foi percebido que se tratava de um documento falso. 

Além de Sandro, o hacker Delgatti também incluiu alvará para a soltura de três presos no Distrito Federal. Os nomes não foram revelados. "Os alvarás de soltura, portanto, foram elaborados a partir de invasão a sistema do CNJ. Não obstante terem sido gerados no âmbito do sistema competente, o conteúdo é falso, já que não houve o prévio regular procedimento interno, nem a assinatura real da autoridade competente", diz a PGR, em denúncia contra Delgatti.

Em agosto do ano passado, Delgatti foi condenado a 20 anos de prisão pela Justiça Federal por invadir celulares de autoridades e divulgar mensagens privadas, no episódio que ficou conhecido como Vaza Jato.

Invasão CNJ

Zambelli e Delgatti foram indiciados pela Polícia Federal (PF) em março deste ano por falsidade ideológica e invasão de dispositivo informático. Com isso, o caso foi encaminhado à PGR, que precisava decidir se apresentaria a denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) ou se pediria o arquivamento das investigações.

Na denúncia, a PGR disse que a dupla buscava "obter vantagem de ordem midiática e política" por meio de um "projeto de desmoralização do sistema de Justiça".