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Biblioteca Central: Arany culpa falta de ʹcultura de manutençãoʹ por sucateamento

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Biblioteca Central: Arany culpa falta de ʹcultura de manutençãoʹ por sucateamento

A secretária de Cultura da Bahia, Arany Santana, culpou a falta de uma "cultura de manutenção" como responsável pelo sucateamento da Biblioteca Central, primeira da América Latina. [Leia mais...]

Biblioteca Central: Arany culpa falta de ʹcultura de manutençãoʹ por sucateamento

Foto: Matheus Simoni/ Metropress

Por: Luiza Leão no dia 25 de abril de 2018 às 18:27

A secretária de Cultura da Bahia, Arany Santana, culpou a falta de uma "cultura de manutenção" como responsável pelo sucateamento da Biblioteca Central dos Barris, em Salvador, a primeira da América Latina.

"Um patrimônio daquele, um espaço enorme, com aquela magnitude, construída nos anos 1970 e com reformas muito pontuais. O patrimônio fica realmente depredado. O sistema de ar é completamente obsoleto. Não dá para você consertar da noite para o dia como um ar-condicionado doméstico. Tem peças que não existem mais. E a nossa cultura não é de manutenção. Isso não é culpa do governo, é cultural. Com o tempo, ela [a biblioteca] foi se degradando", apontou a ex-diretora do bloco afrô Ilê Aiyê, em entrevista à Rádio Metrópole.

Ao justificar que a pasta que comanda carrega "problemas herdados", anteriores à gestão dela, Arany diz que o momento agora, no que diz respeito às bibliotecas, é de arrumar a casa. A gestora aponta ainda a crise econômica como um fator que potencializa a dificuldade na resolução de questões estrututrais da unidade. "É um problema financeiro do país. O recolhimento está muito baixo. Mas os sanitários estão todos recuperados. Eu acompanho, faço questão de acompanhar, semanalmente, a obra", acrescentou Santana. Segundo a secretária de Cultura, a primeira reforma da biblioteca ocorreu apenas após 23 anos da instalação dela.

Arany Santana também apontou o vandalismo como agravante para a deteorização do espaço público. "Muita coisa é fruto de vandalismo. O banheiro, livros com páginas rasgadas. Também é preciso modernizar aquilo ali. Geralmente as pessoas estão fazendo suas pesquisas online, né? Mas precisa ser acessado, conservado. Tem muitos livros raros, com páginas arrancadas. É terrível", disparou.

O estopim – A decadência da Biblioteca Central voltou à pauta dos noticiários locais após a denúncia do jornalista Cláudio Leal. Em carta aberta endereçada ao governador Rui Costa, o denunciante diz que a cultura é tratada com "irrelevância" pelo Executivo estadual e aponta o corte de jornais impressos, desde 2016, por "razão de estranhas burocracias, inéditas em quase dois séculos de serviços públicos, agora humilhados pelo desinteresse oficial de solucionar esse impasse".

"Foi importante aquela denúncia. O governador também encarou como algo sério", comentou Arany. Após o comunicado, os periódicos voltaram a ser entregues.

A situação sombria do espaço já foi assunto tratado no Jornal da Metrópole.

Assista aqui a entrevista da secretária.