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Calçadas de Salvador causam vergonha e expõem o pedestre ao risco constante

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Calçadas de Salvador causam vergonha e expõem o pedestre ao risco constante

Apesar de a Prefeitura se basear em um estudo que mostra que 28% dos soteropolitanos vão à escola ou ao trabalho a pé para criar o programa “Eu Curto Meu Passeio”, em 2014, quatro anos depois as queixas ainda são muitas [Leia mais...]

Calçadas de Salvador causam vergonha e expõem o pedestre ao risco constante

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira no dia 15 de março de 2018 às 09:50

 A administradora Luciana Souza até tentou correr na orla de Salvador no último final de semana, mas o projeto foi por água abaixo após poucos metros. “Deixei o carro no Bompreço do Jardim de Alah e andei cerca de 10 metros pelo passeio até pisar em um buraco e virar o pé”, contou. O acidente de Luciana não é raro entre os que precisam utilizar os famigerados passeios de Salvador.


Apesar de a Prefeitura se basear em um estudo que mostra que 28% dos soteropolitanos vão à escola ou ao trabalho a pé para criar o programa “Eu Curto Meu Passeio”, em 2014, quatro anos depois as queixas ainda são muitas. “Só nesse trecho do Jardim de Alah são vários buracos. Você precisa andar olhando para o chão para não ter um acidente mais grave”, completou Luciana.

Muitas promessas em 2014

O programa “Eu Curto Meu Passeio – Salvador acessível a todos” foi lançado em janeiro de 2014, durante o primeiro mandato de ACM Neto (DEM), com toda pompa. Na ocasião, o prefeito afirmou que o projeto previa a instalação de piso tátil e rampas de acesso, além da requalificação de 120 quilômetros de passeio. “Estamos sendo duros e rigorosos com as empresas, privadas ou públicas, que comprometem a infraestrutura de ruas e passeios”, afirmou, ressaltando que no caso de imóveis, caberia ao proprietário zelar pela manutenção e limpeza das calçadas.

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Pedestres reclamam da buraqueira
Do Corredor da Vitória, uma das localidades mais caras de Salvador, ao bairro de São Marcos, nenhum pedestre escapa dos passeios pouco cuidados que representam risco a todos os pedestres. “Semana passada teve dois atropelos por conta da falta de um passeio. As pessoas andam no meio da rua”, contou o publicitário Adriano Antunes. A situação é similar no bairro de Canabrava. “Quando a gente sai do Conjunto Mata Atlântica I não tem mais passeio. Nem aquela tampa de água pluvial não tem mais (…) uma senhora já caiu. A gente precisa passar por um matagal ou na pista”, reclamou Eliomar Andrade.

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Se o morador não faz... tarefa é da prefeitura!
A gestão municipal argumentou que mais de dois mil e quinhentos passeios foram recuperados. “Há uma média de 153 km de passeios já notificados, o que é requalificação garantida. Foram 5.949 donos de imóveis notificados”, frisou. Caso a notificação não seja cumprida, o proprietário deve pagar uma multa de até R$ 1.826,22. Porém, ninguém foi multado em 4 anos de programa. “No caso de não atendimento à notificação, a Prefeitura fará a obra e cobrará do responsável o valor gasto acrescido de multa de 30%”, explicou o Município. Mas será que a prefeitura tem arcado com a parte dela na história? É a pergunta de todo pedestre...