Faça parte do canal da Metropole no WhatsApp >>

Quarta-feira, 24 de abril de 2024

Home

/

Notícias

/

Cidade

/

Efeito dominó: aumento dos combustíveis vai afetar tarifa de ônibus em Salvador

Cidade

Efeito dominó: aumento dos combustíveis vai afetar tarifa de ônibus em Salvador

e você acha que os efeitos do aumento do PIS/Cofins nos combustíveis se restringem aos R$ 0,41 por litro que passou a pagar ao reabastecer seu carro, você não poderia estar mais enganado. O reajuste causará um verdadeiro efeito dominó, já que quase [Leia mais...]

Efeito dominó: aumento dos combustíveis vai afetar tarifa de ônibus em Salvador

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira e Felipe Paranhos no dia 03 de agosto de 2017 às 14:05

Se você acha que os efeitos do aumento do PIS/Cofins nos combustíveis se restringem aos R$ 0,41 por litro que passou a pagar ao reabastecer seu carro, você não poderia estar mais enganado. O reajuste causará um verdadeiro efeito dominó, já que quase todos os setores da economia brasileira dependem do transporte rodoviário. E, falando nisso, os ônibus de Salvador não ficarão de fora. Já em crise, as empresas que comandam o sistema agora têm mais um problema.

E é por isso que nós, da Metrópole, já avisamos a você, leitor: apesar de Prefeitura e empresas ainda relutarem em falar com todas as letras, haverá aumento na tarifa de ônibus na virada de 2017 para 2018.

“Já dá para sentir que vai ter impacto”
Todo ano, a Agência Reguladora e Fiscalizadora dos Serviços Públicos de Salvador (Arsal) elabora o estudo econômico-financeiro do contrato com as empresas de ônibus. E, à Metrópole, o secretário de Mobilidade, Fábio Mota, deixou transparecer que o aumento dos combustíveis deve, sim, chegar ao bolso do usuário do transporte público. “Evidentemente, a olho nu, pelo tamanho do aumento, a gente já dá para sentir que deve ter [impacto na tarifa], sim. Agora, é aguardar os índices inflacionários e aguardar até dezembro pra saber qual será esse impacto”, declarou.

Combustível: 23% do custo
Jorge Castro, diretor do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Salvador (Setps), afirmou que o aumento nos custos das empresas vai afetar a situação financeira delas — que, como a Metrópole revelou em primeira mão no início do ano, é bem complicada.

“Quais são os principais custos de uma empresa de transporte? Mão de obra, em torno de 40%; o combustível, em torno de 23%; e os tributos. Se você tem um aumento no preço do combustível, isso afeta nas relações econômicas de qualquer organização. Qualquer uma”, falou.

Empresas já comunicaram prefeitura
Fábio Mota afirmou que, logo após o reajuste do PIS/Cofins sobre os combustíveis, as empresas comunicaram as dificuldades que passarão a enfrentar. “Eles entraram com um requerimento externando esta preocupação. Isso vai ser levado em consideração no fim de dezembro, para ver se tem ou não reequilíbrio econômico-financeiro a fazer e se tem aumento de tarifa a fazer”, disse o secretário.

Com a retração da economia e a perda de usuários do sistema, as empresas estão se complicando, já que precisam pagar o valor da outorga exigida pela Prefeitura para que prestem o serviço. O pagamento, entretanto, não é feito desde o primeiro trimestre deste ano. Por outro lado, a Prefeitura não tem condições de subsidiar o sistema de transporte público de Salvador. E, mais uma vez, é o governo federal quem vai trazer o ônus adicional para a população de baixa renda.