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"Nós discutimos a possibilidade de fechar", afirma diretor do Cine Glauber Rocha

O destino do Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, localizado há seis anos na Praça Castro Alves, é incerto. Criado em 2008, o local chegou a receber cerca de 30 mil visitantes por mês durante os anos de 2011 e 2012, mas, sem a revitalização do Centro Histórico — e, sobretudo, da região da Rua Chile —, os projetos previstos não foram concretizados, o público escasseou e os prejuízos se somaram ao longo dos anos. [Leia mais...]

"Nós discutimos a possibilidade de fechar", afirma diretor do Cine Glauber Rocha

Foto: Dimitri Argolo Cerqueira

Por: Cristielle França no dia 22 de julho de 2015 às 14:43

O destino do Espaço Itaú de Cinema Glauber Rocha, localizado há seis anos na Praça Castro Alves, é incerto. Criado em 2008, o local chegou a receber cerca de 30 mil visitantes por mês durante os anos de 2011 e 2012, mas, sem a revitalização do Centro Histórico — e, sobretudo, da região da Rua Chile —, os projetos previstos não foram concretizados, o público escasseou e os prejuízos se somaram ao longo dos anos.

O diretor do Espaço, Cláudio Marques, explicou que dois outros problemas pioraram a situação do Cine Glauber. Um foi o fim da Zona Azul na Praça Castro Alves; o outro, a redução de linhas de ônibus com destino ao Centro Histórico. Por motivos óbvios, as duas mudanças afugentam o espectador do lugar.

“Estamos há seis anos na praça, e existia de fato uma expectativa de que acontecesse uma requalificação, um movimento diferente ali na região. E aconteceu justamente o contrário: a gente perdeu algumas coisas que a gente tinha. Tinha um estacionamento que servia pra gente, que a Prefeitura e o INSS cediam pra gente e pros clientes do cinema, que deixou de acontecer; tinha uma Zona Azul que funcionava na frente do cinema, e a Transalvador tem sete meses que fechou essa zona azul, e a gente ainda não conseguiu reverter, apesar da ajuda que a Fundação Gregório de Matos tem tentado nos dar nesse sentido. Além disso, nos últimos anos, a quantidade de ônibus que iam pro Centro Histórico diminuiu”, explicou.

Apesar das dificuldades, Cláudio Marque pontua que algumas coisas que estão para acontecer deixam a diretoria do Cine Glauber com um pouco mais de ânimo. “Finalmente alguns bons movimentos aconteceram, como a reinauguração do Teatro Gregório de Matos; o Palace Hotel finalmente está em obras mesmo; o Fasano, que finalmente vai entrar em obras... Mas são seis anos praticamente sozinhos na região. E isso vai fazendo com que o gás da gente, a energia, fique cada vez menor. Não é que nós vamos fechar. Mas nós discutimos a possibilidade de fechar. Isso de fato aconteceu”, declarou.

Perda da relação com a cidade

Segundo Marques, no período entre 2011 e 2012, o espaço recebia cerca de 1.500 pessoas aos domingos. Hoje, porém, nos mesmos dias, o público chega, “com muita dificuldade”, a 500.

Cláudio acredita também que a sensação de insegurança em relação à região tem prejudicado. “Há um medo exagerado do Centro Histórico, como se em outras partes da cidade não acontecessem as coisas, e o cidadão vai perdendo a relação com Salvador”, falou.

O diretor do empreendimento afirmou à Metrópole que tem tentado apoio de entes públicos: “Levei projetos. Encontrei com a presidente da Fundação Cultural do Estado da Bahia, Fernanda Tourinho, encontrei com [o secretário estadual de Cultura] Jorge Portugal, com Fernando Guerreiro, com os vereadores Cláudio Tinoco e Aladilce, e estou aguardando. Tive boa receptividade, mas nada de maneira concreta.”