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Movimento social invade área no Bosque Imperial, pede paz e causa revolta

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Movimento social invade área no Bosque Imperial, pede paz e causa revolta

Desde o dia 1º de fevereiro, um terreno anexo ao condomínio Bosque Imperial, no bairro de São Marcos, foi ocupado por um grupo de cerca de 300 pessoas que fazem parte do Movimento Sem Teto Democrático de Luta (MSTDL). [Leia mais...]

Movimento social invade área no Bosque Imperial, pede paz e causa revolta

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira no dia 18 de fevereiro de 2016 às 06:00

Desde o dia 1º de fevereiro, um terreno anexo ao condomínio Bosque Imperial, no bairro de São Marcos, foi ocupado por um grupo de cerca de 300 pessoas que fazem parte do Movimento Sem Teto Democrático de Luta (MSTDL). No local, onde funciona uma igreja católica, barracos e lonas foram espalhados para abrigar as cerca de dez famílias que passaram a viver na área.

A chegada do grupo deu início a conflitos constantes com os moradores, que pedem a reintegração de posse imediata do terreno e já bloquearam a via que liga a Avenida São Rafael ao bairro de Sussuarana três vezes, em protesto.

“Continuam aqui e aumentando [o número de integrantes]. O grande problema é que eles estão só loteando, eles não moram ai. De noite, não dormem nem seis pessoas. A ideia é lotear o terreno, não é morar. A área é do condomínio. Tínhamos festinhas da igreja e eles invadiram”, reclama a síndica-geral do condomínio, Sônia Gomes, moradora do local há 25 anos.

A síndica atribui a “questões políticas” a permanência do grupo no local. “Eles disseram que temos três alternativas: entrar com uma liminar, vender o terreno para eles ou esperar a hora em que eles quiserem sair”, conta, revoltada.

“Gente de bem”

Segundo uma das líderes do movimento, Cristina Silvânia, o grupo veio de uma área na Estrada Velha do Aeroporto e escolheu o local por se tratar de um terreno da Prefeitura. “A gente não quer briga com os moradores. Sempre fomos pacíficos e dissemos que seria provisório, porque a gente não tinha onde botar o povo”, conta.

Cristina afirma que, desde então, o grupo passou a ser “perseguido” pelos moradores. “Disseram que a gente é marginal, que é vandalismo e não tem nada disso. Aqui tem pessoas de família, de bem”, disse, acrescentando que, para fazer parte do grupo, é preciso apresentar a ficha de antecedentes criminais.
 
SSP garante apoio, mas na prática...

Questionada sobre a argumentação da Secretaria Municipal de Urbanismo para o entrave, a Secretaria de Segurança Pública da Bahia garante que “atendeu a solicitação feita”. “Desde então, tem negociado a retirada do grupo. A SSP ressalta ainda que, para essas situações, há um protocolo de tentativa de acordo. Mas, na prática, pouca coisa ou quase nada tem sido feito...
 
Sucom já buscou SSP

Enquanto moradores e integrantes do MSTDL travam uma batalha, a briga vai sendo observada de longe pelo poder público. Procurada pelo Jornal da Metrópole, a Secretaria de Urbanismo de Salvador, que afirmou que a área é “parte pública e parte privada”, garante que já notificou o grupo, mas que espera a Secretaria de Segurança Pública conceder reforço policial para que a reintegração seja feita. “O secretário da Sucom, Silvio Pinheiro, já tentou entrar em contato com o secretário de Segurança, Maurício Barbosa, por telefone, mas não conseguiu falar pessoalmente, e, depois, enviou mensagem para o celular de Barbosa, para pedir o apoio da SSP na ação”, informou a Sucom, por meio de nota.
 
Grupo promete desocupar

Diante de tanta confusão, o grupo garante que vai desocupar a área e nega que tenha sido procurado pela SSP para que algum acordo pudesse ser firmado. “A gente está saindo pacificamente, na sexta-feira. Foi uma negociação que nós fizemos, pacificamente”, disse, sem falar sobre o próximo destino do grupo.
 
Enquanto a ocupação permanece, os moradores do condomínio Bosque Imperial reclamam dos prejuízos causados à área. “Meu imóvel vale R$ 300 mil, mas hoje, se eu quiser vender, não vale R$ 100 mil. Quem quer morar em frente de uma invasão? Isso impacta direto no preço do nosso imóvel. E é pior para os blocos da frente. Eu não daria nem R$ 25 mil pelo apartamento”, reclama a síndica do condomínio.