Cidade
"Nunca imaginei isso em Salvador", diz turista que fotografou souvenir de escravos no aeroporto
Cruz também informou que as peças estavam expostas na prateleira da loja Hangar das Artes, o que desmente a versão da advogada do estabelecimento
Foto: Reprodução Redes Sociais
O historiador carioca Paulo Cruz, 39 anos, voltou à Bahia depois de anos longe da terra da mãe. A boa impressão causada neste retorno só foi quebrada no último ato da viagem, quando se deparou na tarde do último domingo (6) com a cerâmica de negros escravizados sendo vendidos com souvenir no aeroporto de Salvador.
"Nunca imaginei que fosse encontrar isso justamente em Salvador: a cidade mais negra do Brasil. Foi um choque terrível. Tudo remetia a algo de mau gosto. Era como se fossem imagens do Preto Velho e da Preta Velha, mas com correntes. O que não faz sentido, porque eles não usam correntes. Pra piorar tudo, ainda tinha a placa dizendo que eram escravos. Tudo de péssimo gosto", diz.
Cruz também informou que as peças estavam expostas na prateleira da loja Hangar das Artes, o que desmente a versão da advogada do estabelecimento. Em contato com o Metro1, ela disse que os produtos só estavam disponíveis para venda on-line.
"Estavam lá pra todo mundo vê. Entrei na loja e fiquei muito incomodado. Ainda pensei em sair, mas meus amigos insistiram que eu fotografasse e publicasse, o que acabei fazendo. Logo depois embarquei e não vi mais o celular. Quando voltei a pegar, a história já tinha viralizado muito", diz.
Em nome da loja, a advogada ainda defendeu o produto: "Não estou entendendo o porquê de tanto reboliço. É uma coisa que retrata a história do Brasil", limitou-se. A Hangar das Artes, segundo ela, vai comentar o assunto por meio de um comunicado nas próximas horas.
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