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ʹA cor do meu filho faz com que as pessoas mudem de calçadaʹ, desabafa Taís Araújo em palestra; vídeo

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ʹA cor do meu filho faz com que as pessoas mudem de calçadaʹ, desabafa Taís Araújo em palestra; vídeo

Palestrante no evento TEDXSão Paulo, Taís Araújo abordou o tema "Como criar crianças doces num país ácido" e levantou assuntos como racismo e misoginia ao falar da preocupação de educar dois filhos [Leia mais...]

ʹA cor do meu filho faz com que as pessoas mudem de calçadaʹ, desabafa Taís Araújo em palestra; vídeo

Foto: Reprodução/ Youtube

Por: Luiza Leão no dia 16 de novembro de 2017 às 14:43

Palestrante no evento TEDXSão Paulo, Taís Araújo abordou o tema "Como criar crianças doces num país ácido" e levantou assuntos como racismo e misoginia ao falar da preocupação de educar dois filhos. A conferência foi realizada em agosto, mas só agora foi divulgado pela organização.

Nos 10 minutos de fala, a atriz falou dos problemas que enfrenta hoje e que terá que encarar para cuidar de João Vicente, de 6 anos, e Maria Antônia, de 2 anos e 7 meses.

"A pergunta que mais me fazem é qual a diferença entre criar um menino e criar uma menina. E minha resposta é sempre muito imediata e a mesma: não vejo diferenças entre criar meninos e meninas. Estou criando dois indivíduos. Essa minha resposta, apesar de ser sempre a mesma, é uma mentira", disse Taís Araújo.

"Eu vejo diferença entre criar meninos e meninas. Gênero é uma questão. Porque, quando engravidei do meu filho, fiquei muito aliviada de saber que no meu ventre tinha um homem. Porque eu tinha a certeza de que ele estaria livre de passar por situações vivenciadas por nós, mulheres. Teoricamente, ele está livre. Certo? Errado", continuou.

"Errado porque meu filho é um menino negro. E liberdade não é um direito que ele vai poder usufruir se ele andar pelas ruas descalço, sem camisa, sujo, saindo da aula de futebol. Ele corre o risco de ser apontado como um infrator. Mesmo com 6 anos de idade", pontuou.

"Quando ele se tornar adolescente, ele não vai ter a liberdade de ir para sua escola, pegar uma condução, um ônibus, com sua mochila, com seu boné, seu capuz, com seu andar adolescente, sem correr o risco de levar uma investida violenta da polícia. Ao ser confundido com um bandido. No Brasil, a cor do meu filho é a cor que faz com que as pessoas mudem de calçada, escondam suas bolsas e blindem seus carros. A vida dele só não vai ser mais difícil que a da minha filha", destacou a atriz.