Na Linha: Fernando Passos conta que ingressou na publicidade como alternativa de trabalho na Ditadura Militar

O publicitário Fernando Passos foi um grande ativista no período da luta contra a ditadura militar. Passos chegou a ser preso e cassado devido à ligação aos movimentos estudantis. Além de integrar o partido da Ação Popular. Foi justamente seu envolvimento na luta pela democracia que o levou a ingressar na carreira como publicitário, já que precisou abandonar a faculdade de Arquitetura e Urbanismo devido à perseguição. A história foi contada no programa Na Linha exibido nesta quarta-feira (25). 

Passos acabou ocupando o setor financeiro devido a habilidade de falsificar documentos. A ocupação desenvolvida pelo publicitário ajudou várias pessoas que eram perseguidas no período. 

“Eu tinha uma atividade que era falsificar documentos, porque eu era bom nisso.  E essa habilidade me dava a capacidade de falsificar documentos. Porque o pessoal fazia uma coisa muito rústica. Aí muita gente começou a sair daqui com carteira de identidade, passaporte. Aí o exército soube disso. Eu era financeiro do partido, eu gerava dinheiro para o partido”, contou.

Entretanto, os militares da época souberam das funções desenvolvidas por Passos e foi necessário usar da sua habilidade para proteger a sua própria identidade. Nesse processo, o publicitário precisou mudar de estado e criar uma nova identidade, foi justamente com a nova identidade que ele iniciou sua carreira no ramo da publicidade. 

“Então eu acabei vivendo como clandestino viver em João Pessoa. Eu vivi com meu nome falso em João Pessoa. Meu nome era Antônio Carielo da Silva Braga. Com esses documentos, eu tirei e comecei a trabalhar em João Pessoa. Trabalhei no jornal, no Correio da Paraíba. Foi lá que comecei a trabalhar com publicidade. Porque era o lugar que tinha para fazer, para trabalhar”, completou. 

Veja o programa completo: