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"Existe o que acontece nas redes e a realidade", diz Pedro Tourinho sobre cultura do cancelamento
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"Existe o que acontece nas redes e a realidade", diz Pedro Tourinho sobre cultura do cancelamento
O comunicólogo e atual secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, foi entrevistado na Rádio Metropole nesta quarta-feira (14) para falar sobre o seu novo livro "Ensaio sobre o Cancelamento"
Foto: Fernanda Vilas Boas/Metropress
O ato de cancelamento, termo que foi popularizado com as redes sociais pode ser considerado como “todo ato de apontar, constranger e excluir uma pessoa do convívio social por ela ter feito coisas, que em tese, vão contra a regra vigente.”, é o que explica o secretário da Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho. Tourinho foi entrevistado na rádio Metropole, nesta terça-feira (14), e contou sobre o seu novo livro que faz uma análise sobre a dinâmica do cancelamento.
O secretário de Cultura afirmou, que antes de tudo, é preciso entender que a dinâmica das redes sociais não reflete a realidade, já que é um ambiente muito efêmero e que não permite uma ampla visão de determinada situação.
“Existe o que acontece nas redes e a realidade. A gente não pode se enganar com o pico de relevância ou fama nas redes sociais, nem pro bem, nem pro mal. E a gente tem que separar o que acontece na rede e o que acontece na vida. Às vezes a pessoa fica famosa no TikTok, no Instagram, mas não tem dinheiro, não tem sucesso profissional, não tem estabilidade financeira”, disse Tourinho.
“Ninguém fica rico de like, mas as pessoas têm a sensação de que ficam. Então os algoritmos, as redes sociais, criam a impressão de fama, de ataque, de fim de vida, de sucesso, mas tudo aquilo é mentira, tudo aquilo não se sustenta. O que se sustenta é trabalho, é verdade. E muita gente se engana”, completou.
Pedro Tourinho ainda ressaltou que é preciso ficar atento aos discursos que são propagados nas redes, que normalmente são pautados por polarização, e podem levar a implicações políticas e até eleger futuros candidatos.
“A busca pelo engajamento faz com que o ódio seja uma forma de poder. Então, hoje, muitas vezes o sujeito vai de cancelado a deputado muito rapidamente. ele tem um “bum” muito grande nas redes, se junta a um dos lados cancelados. E ganha voto, ganha dinheiro, ganha um tipo de relevância que não tinha. Então o cancelamento dá muita relevância nesse jogo da polarização”, explicou.
O comunicólogo e atual secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, lançou nesta terça-feira (25), em São Paulo, o livro Ensaio sobre o Cancelamento, pela editora Planeta. Na obra, o autor escreve, em forma de ensaio, uma análise sobre a dinâmica do cancelamento, explorando desde a evolução histórica até as implicações socioculturais contemporâneas do assunto.
Confira a entrevista na íntegra:
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