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Paulo Costa Lima: A música na Bahia é tão forte, porque é espaço de liberdade

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Paulo Costa Lima: A música na Bahia é tão forte, porque é espaço de liberdade

Especialista foi entrevistado na Rádio Metropole nesta quinta-feira (14)

Paulo Costa Lima: A música na Bahia é tão forte, porque é espaço de liberdade

Foto: Isabelle Corbacho/Metropress

Por: Metro1 no dia 14 de março de 2024 às 12:46

Atualizado: no dia 14 de março de 2024 às 17:42

O compositor baiano Paulo Costa Lima, ocupante da cadeira 21 da Academia Brasileira de Música, exaltou a importância da música de maneira histórica e social para a Bahia. Em entrevista à Rádio Metropole nesta quinta-feira (14), o músico ainda relacionou o conceito de revolução erótica universal com o Carnaval baiano.

A análise de Paulo parte da emancipação sexual defendida por Sigmund Freud, o ‘pai da psicanálise’, que se refletiu no campo musical a partir da década de 60. Em sua percepção, isso toma conta do cenário baiano devido à capacidade dos toques mexerem com o corpo. Para além disso, Paulo olha para o Carnaval como um movimento de ocupação do espaço público, por parte da população que enxerga a necessidade de se manifestar, se divertir e “refazer um momento de sonho”. 

“Essa revolução erótica universal nos afeta de perto porque o Carnaval com seus representantes, os batuques, passa a ser esse lugar na Bahia de resistência e de possível emancipação. Isso tem muito a ver com o fato da Bahia ser musical, é como se a música fosse esse espaço público que acolhe e a música é corpo, pelo menos na Bahia, a música fala para o corpo, é uma convocação ao corpo. A música é tão forte na Bahia porque é um caminho de poder ser. Eu posso ser isso que eu não posso ser nas relações opressoras de escravidão, de capitalismo selvagem e é importante afirmar esse espaço de liberdade”, explicou.

Eva

Ainda durante a entrevista, Paulo Costa Lima comentou sobre um conteúdo produzido para as redes sociais, onde ele analisa o grande clássico do axé baiano ‘Pequena Eva’. Inicialmente, a música trata-se de uma composição francesa, posteriormente passou a ser uma versão de rock e ganhou roupagem dos batuques baianos. O especialista explica que, durante sua pesquisa, entendeu que a música é um grande marco do fortalecimento do ijexá no axé.

“Como é que uma música vira baiana? E aí eu fui me interessar muito por essa roupagem, quem foi que fez ela virar baiana? Fui fazer pesquisas e acabei descobrindo que pelo menos três percussionistas conhecidos trabalharam isso. Esse pessoal teve essa ideia maravilhosa de colocar o ijexá na pequena eva, essas palminhas que vão acontecer. [A ideia de que] Essa viagem, fuga, fantasia de que o mundo acaba, mas o nosso amor continua, o mundo acaba mas a Bahia continua, porque no fundo é uma afirmação disso, o carnaval continua, o mundo pode acabar mas eu vou fugir com você ao som do ijexá”, analisou.

Confira a entrevista na íntegra: