Política
Em Salvador, deputado bolsonarista endossa discurso por impeachment de ministros do STF
Capitão Alden (PSL) afirma que o afastamento de magistrados seja uma medida avalizada pelo Congresso
Foto: Manuela Cavadas
O deputado estadual Capitão Alden (PSL) endossou nesta terça-feira, durante ato de apoio ao governo Bolsonaro em Salvador, o discurso do presidente da República a favor do impeachment de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF). Sem mencionar nomes, o parlamentar afirmou defender, contudo, que um eventual afastamento de "pessoas investidas de certos cargos" se dê com aval do Congresso.
"Estamos exigindo que o Congresso Nacional, ele sim, se posicione, já que ele pode, e a Constituição assim diz, provocar o impeachment dos ministros do STF, que assim o faça. Se lei prevê, vamos exigir que a lei seja cumprida”, declarou Alden, pouco após o início da manifestação na orla do Farol da Barra.
Nas últimas semanas, Bolsonaro provocou uma crise institucional no país ao repetir ameaças golpistas ao falar em "ultimato" para que ministros do Supremo sejam "enquadrados". As investidas foram direcionadas a Alexandre de Moraes, do STF, e Luís Roberto Barroso, este último também presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Alden, por sua vez, nega que a manifestação na capital baiana vá reproduzir o tom belicoso do mandatário. “Esse é um evento extremamente ordeiro, pacífico, extremamente democrático. Você não está vendo ninguém pedindo aqui interdição do STF, fechamento do Congresso Nacional. Isso são pautas que um ou outro cidadão, qualquer brasileiro, pode ter no seu íntimo. Nós vivemos em uma democracia. Cada um de nós pode ter um entendimento diferente um do outro. Mas, majoritariamente, quem é conservador, quem é bolsonarista, defende as instituições democráticas", minimizou.
"Estamos lutando não contra o STF, mas contra pessoas que estão investidas de certos cargos que deveriam proteger a Constituição, e não estão fazendo, acrescentou o deputado, que enfrenta um processo disciplinar na Assembleia Legislativa por ter acusado colegas da oposição de receber um suposto 'mensalinho' de R$ 1,7 milhão pago pela gestão do prefeito Bruno Reis (DEM). Ele fez as acusações sem apresentar provas.
Um parecer aprovado pelo Conselho de Ética determinou a suspensão do mandato de Capitão Alden por 30 dias. O pedido de afastamento, no entanto, ainda será voatado no plenário da Casa.
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