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Contra PL, Manno Góes defende remuneração de compositores: \'Precisamos de coerência e respeito\'

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Contra PL, Manno Góes defende remuneração de compositores: \'Precisamos de coerência e respeito\'

O compositor Manno Góes, diretor da União Brasileira de Compositores (UBC), publicou um texto no portal O Globo em que expressa claramente sua discordância com o Projeto de Lei 3968, da deputada Renata Abreu (PTN-SP), que isentaria igrejas, academias, hotéis, rádios comunitárias e outros estabelecimentos do pagamento de direitos autorais musicais. [Leia mais...]

Contra PL, Manno Góes defende remuneração de compositores: \'Precisamos de coerência e respeito\'

Foto: Felipe Oliveira / Reprodução / Facebook

Por: Laura Lorenzo no dia 18 de junho de 2017 às 11:00

O compositor Manno Góes, diretor da União Brasileira de Compositores (UBC), publicou um texto no portal O Globo em que expressa claramente sua discordância com o Projeto de Lei 3968, da deputada Renata Abreu (PTN-SP), que isentaria igrejas, academias, hotéis, rádios comunitárias e outros estabelecimentos do pagamento de direitos autorais musicais. Em um texto próprio de um compositor, ele discorre sobre a importância da música brasileira internacional na história para, assim, argumentar a importância do autor por trás disso.

\'Por detrás de cada canção há um autor. Uma semente. O autor é a semente. Sem o criador, não haveria Spotify, Apple Music, YouTube, bandas de rock — ou deuses: não haveria Lennon e McCartney. Roberto e Erasmo. Caetano e Gil. Cazuza ou Renato Russo. Felizmente, a lista é quase interminável. Não haveria a quem agradecer pela criação de versos, frases e melodias que transformam gerações. Por compreender que a criatividade é o pó mágico do Peter Pan; a asa do avião, o software do aparelho celular, nós, autores, precisamos de coerência e respeito\', escreve Manno.

Além de ressaltar a importância da remuneração e reconhecimento do autor em todo o seu texto, o músico relembra ainda que a parlamentar responsável pelo PL é herdeira em rádios com dívidas milionárias com o Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (Ecad) por inadimplência com autores. Manno destaca ainda, em seu texto, que de acordo com o Ecad o projeto poderá causar um prejuízo anual de cerca de R$ 200 milhões aos autores.

\'Agir assim é desconhecer que um elemento poderosíssimo de atração turística são justamente a música e as manifestações culturais de um lugar. É contraditório e irresponsável. É afirmar que a música não é tão importante assim. E quem acha que a música não tem tamanha importância no seu poder de atração e sedução comete um grave equívoco\', diz.

Finalizando sua argumentação da mesmo forma que começou, como um compositor escrevendo, Manno relembra que o sucesso do turismo brasileiro não pode ser desvinculado à arte e, consequentemente, ao artista que a produz. \'O Brasil e sua maravilhosa diversidade cultural oferecem atrativos infinitos para quem vem nos visitar. Além de nossas praias, florestas, montanhas, gastronomia, danças, festas, cores e sincretismo religioso, somos um país de intensa produtividade musical. Não cabe aos autores pagar o preço do que não lhes é devido. Nosso turismo precisa de nossa música. E nossos autores precisam ser remunerados por quem oferece suas canções aos turistas\', escreve o baiano.