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Quarta-feira, 03 de abril de 2024

Cidade

Com contrato milionário e 60% dos bairros, coleta da Revita é alvo de críticas

R$ 216 milhões é muito dinheiro, certo? Dá para fazer qualquer coisa com este valor, não é? Pois. Apesar de receber esse valor anualmente da Prefeitura de Salvador, a Revita, que detém 60% da coleta de lixo da capital, é recordista de reclamações de ouvintes na Rádio Metrópole. As outras três empresas — Jotagê, Viva e Torre — cuidam dos 40% restantes, com pouco mais de R$ 144 milhões anuais. [Leia mais...]

Com contrato milionário e 60% dos bairros, coleta da Revita é alvo de críticas

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira no dia 08 de outubro de 2015 às 15:49

R$ 216 milhões é muito dinheiro, certo? Dá para fazer qualquer coisa com este valor, não é? Pois. Apesar de receber esse valor anualmente da Prefeitura de Salvador, a Revita, que detém 60% da coleta de lixo da capital, é recordista de reclamações de ouvintes na Rádio Metrópole. As outras três empresas — Jotagê, Viva e Torre — cuidam dos 40% restantes, com pouco mais de R$ 144 milhões anuais.

Na manhã desta quinta-feira (8), não foi diferente. O ouvinte José Carlos ligou durante o Bom Dia com Mário Kertész e reclamou de problemas no Alto da Chapada do Rio Vermelho. "O que está acontecendo? Ontem, no Alto da Chapada não teve coleta de lixo. Agora de manhã, amanheceu tudo tomado de lixo", falou. Questionado sobre qual seria a empresa responsável pela retirada dos dejetos da população, respondeu, sem pestanejar: "É a Revita!"

 

A Revita Engenharia é responsável pela coleta em bairros como Amaralina, Barra, Caixa D'Água, Campo Grande, Comércio, Federação, Iapi, Paralela, Pau Míúdo, Pituba, Rio Vermelho e Uruguai — regiões de onde têm vindo a grande maioria das reclamações à Metrópole. A Jotagê, detentora de 15% da área de Salvador, tem bairros como Águas Claras, Cajazeiras e Pernambués. A Viva Ambiental cuida do lixo de Itapuã, Piatã, Praia do Flamengo e Stella Maris. E a Torre coleta o lixo de todos os bairros do Subúrbio.

Na opinião do  líder da bancada de oposição na Câmara de Salvador, Luiz Carlos Suíca (PT), o contrato que regulamenta o serviço em Salvador não oferece segurança jurídica para o município. Para ele, para que o problema do setor seja resolvido, é necessária a implantação da concessão pública. “Com novas empresas, novos investimentos, até porque, a coleta que se faz hoje segue o mesmo modelo de vários anos atrás, a população cresceu e precisa de nova tecnologia (...) esse contrato não dá segurança jurídica nem à prefeitura e nem a ninguém. Eu sou um defensor da concessão pública com a participaçãp popular e do Ministério Público para que tenhamos uma coleta eficiente em toda a cidade”, afirma.

Para o vereador Gilmar Santiago (PT), a coleta de lixo de Salvador é comprovadamente ineficiente e precisa ser remodelado imediatamente. “Já se tornou uma coisa corriqueira, é como se houvesse uma naturalização dos problemas da coleta de lixo em Salvador, sobretudo, nos bairros populares e locais de difícil acesso (...) tá um caos a limpeza urbana de Salvador, nós vivemos esse processo também de não ter uma política definida sobre as licitações, então, a cada seis meses, fica prorrogando contrato quando, na verdade, a gente precisa de uma nova política de resíduos sólidos”, afirma.