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Clarão foi causado por rocha interplanetária, acredita professor da USP

Apesar de o fenômeno ser comum, o professor alerta para os riscos. “Digamos que não tem como alertar, não dá para dizer ‘toma cuidado, vai cair uma pedra’. É imprevisível, mas existem relatos de danos de queda de meteoritos. Animais mortos, pessoas atingidas. Ferimentos graves. É raro atingir alguém, já que a maior parte do nosso planeta é de água. Tem que estar com azar”, brincou. [Leia mais...]

Clarão foi causado por rocha interplanetária, acredita professor da USP

Foto: Divulgação

Por: Alexandre Galvão no dia 22 de fevereiro de 2018 às 10:40

O clarão registrado em várias cidades da Bahia e parte de Sergipe foi causado por uma rocha interplanetária, segundo o professor do Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da Universidade de São Paulo (USP), Enos Picazzio. Em entrevista ao Metro1, o especialista disse que o evento é bastante comum e de difícil previsão.

“Em termos genéricos, esses casos são bem comuns. É um objeto que está fora da terra, cai aqui dentro, em uma velocidade elevada, e o atrito com a atmosfera aquece o material. Isso causa uma luminosidade, um rastro.  Se o objeto for grande, é mais intenso. Grandes objetos causam um barulho, uma explosão”, descreveu.

Apesar de o fenômeno não ser raro, o professor alerta para os riscos. “Digamos que não tem como alertar, não dá para dizer ‘toma cuidado, vai cair uma pedra’. É imprevisível, mas existem relatos de danos de queda de meteoritos. Animais mortos, pessoas atingidas. Ferimentos graves. É raro atingir alguém, já que a maior parte do nosso planeta é de água. Tem que estar com azar”, brincou.


Outra coisa que contribui para a visualização dos eventos na madrugada é a posição da terra em relação ao sol durante o período. “Na madrugada a face da noite está voltada para a direção para onde a Terra está indo. A Terra gira em torno do Sol em uma órbita e esse sentido coincide com a madrugada. Aí você vê mais ocorrência de chuvas de meteoros, estrelas cadentes. Mas são coisas pequenas”, ressalta.

Picazzio explica ainda a diferença entre meteoro e meteorito. “Esse efeito luminoso que a gente vê nos vídeos é chamado meteoro. A palavra meteorologia está relacionada a eventos atmosféricos. Quando o corpo que penetra, resiste e cai no solo, aí chama-se meteorito. Ito vem de pedra. Uma pedra que veio do céu”, explicou.

De acordo com a associação de astrônomos amadores e profissionais Exoss, este é o segundo bólido rastreado no Brasil este ano. O primeiro foi visto no dia 27 de janeiro, por pessoas que moram no Acre.