Cerca de 690 mil eleitores podem perder o título de eleitor em Salvador

Fila, sufoco, fila, estresse, mais fila. Essa tem sido a rotina de quem vai a um dos postos do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia (TRE-BA), em Salvador, em busca do recadastramento biométrico. O prazo para realizar o procedimento termina dia 31 de janeiro, e quanto mais a data se aproxima, maior é a angústia dos eleitores.

Também pudera: de seis meses para cá, o TRE intensificou a campanha destacando os malefícios da não biometrização: além do cancelamento do Título de Eleitor, o bloqueio de salários – no caso de servidores públicos –, a suspensão de benefícios de programas sociais e o impedimento da matrícula em instituições de ensino superior. O Jornal da Metrópole apurou que, pelo menos, 690 mil eleitores podem ficar sem a biometria, somente na capital, estimativa feita com base em balanços de atendimento do TRE, entre os dias 8 e 13 de janeiro .

Atendimento teria que ser ampliado mais de quatro vezes

De acordo com o levantamento do TRE, 1.151.445 pessoas fizeram a biometria na capital, de um total de 2.001.617 eleitores, até o dia 16 de janeiro. Ou seja, 850.172 cidadãos ainda precisam realizar o procedimento. De 8 a 13 deste mês, foram 63.478 atendidos – uma média de 12.695 por dia – nos 27 postos da cidade. Se a média de biometrias for mantida, só 152.340 eleitores – dos que faltam – terão realizado o recadastramento em Salvador ao fim do prazo. Para biometrizar todos que restam até dia 31, seria preciso ainda quadruplicar os atendimentos, saindo da faixa dos 16 mil para 70 mil por dia.

“Podem ser só 300, 500 mil. A gente não sabe”
O presidente do TRE-BA, desembargador José Rotondano, reconheceu que uma parcela da população vai ficar sem a biometria, porém, ressaltou que os dados fornecidos pelo órgão não são precisos. De acordo com ele, “o número é uma estimativa do TRE-BA, com base no acompanhamento do atendimento, uma vez que o dado geral do quantitativo de eleitores já biometrizados não vem sendo atualizado pelo TSE”.  “Esses 800 mil podem não ser a realidade . Pode ser que tenhamos só 300 mil, 500 mil [que precisam fazer o recadastramento]. A gente não sabe”, argumentou ainda.

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