Rodoviária de Salvador acumula reclamações; Agerba diz que não pode "exigir obra"

A descrição que a empresa Sinart faz da Rodoviária de Salvador gera dúvida no passageiro que frequenta o terminal: será que estão falando da mesma coisa? Em seu site, a empresa que administra a rodoviária desde 1974 afirma que o terminal “vem sendo constantemente melhorado e modernizado ao longo dos anos, com irrepreensível zelo e competência” – afirmação que é desmentida sem muito esforço.

Basta circular pela Rodoviária para encontrar sujeira ou problemas de infraestrutura, embora a Sinart garanta que o terminal é “um dos maiores e mais completos terminais do país”. Com projeto de 1971, assinado pelos arquitetos Emanuel Berbert e José Álvares Peixoto, o espaço foi inaugurado três anos depois e, desde então, mantém a mesma estrutura, ficando para trás quando o assunto é desenvolvimento. Pelo menos, agora, o governo afirma que teremos uma nova rodoviária em 2019.

Estacionamento: tolerância de cinco minutos não foi divulgada
Bastou o Ministério Publico da Bahia ajuizar uma ação contra a Sinart para as regras do estacionamento pago mudarem. No início do ano, a promotora Joseane Suzart criticou a falta de tolerância no estacionamento, e afirmou que a empresa poderia ser multada caso não respeitasse o direito do consumidor. Em entrevista ao Metrópole Turismo, em julho, quase seis meses após a ação, o diretor de Terminais da Sinart, Pedro Azevedo, afirmou que a prática mudou, passando a adotar os 5 minutos de tolerância — mas o problema é que esqueceram de comunicar a população.

Banheiro sujo ou pago; usuários se revoltam
A equipe de reportagem da Metrópole esteve algumas vezes na Rodoviária e flagrou banheiros sujos e sem condição de uso. Para usar o sanitário do térreo, um pouco mais organizado, o usuário da rodoviária precisa pagar. São cobrados R$ 6,50 pelo banho e R$ 0,50 para usar o sanitário. “Nós estamos recebendo essas mesmas reclamações na ouvidoria. Essa questão dos banheiros foi bastante explorada pela população”, reconhece o diretor-executivo da Agência Estadual de Regulação de Serviços Públicos de Energia, Transportes e Comunicações da Bahia, Eduardo Pessôa.

Agerba: “Não podemos exigir obras”
Apesar de garantir que cobra da Sinart manutenção na Rodoviária, a Agerba já adiantou que não pode exigir a realização de obras no espaço. “A Rodoviária não vai passar por nenhuma obra, até porque ela vai sair dali. O que estamos obrigando a concessionária é a ter uma melhor manutenção. A ouvidoria recebeu as queixas, são verdadeiras e já tivemos uma reunião para exigir manutenção. O elevador, que estava quebrado, já está funcionando”, disse Eduardo Pessôa ao Jornal da Metrópole.