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Quinta-feira, 28 de março de 2024

Cidade

Briga entre governo e Prefeitura pela integração metrô-ônibus não se resolve, e população sofre

Quase 30 dias já se passaram, o São João acabou e a picuinha entre a Prefeitura e o governo do estado sobre a integração ônibus-metrô ainda rende. A novela, que teve início com a retirada dos ônibus municipais que rodavam na região do Centro Administrativo da Bahia (CAB), após a operação da estação do metrô, ganhou mais um capítulo [Leia mais...]

Briga entre governo e Prefeitura pela integração metrô-ônibus não se resolve, e população sofre

Foto: Tácio Moreira/Metropress

Por: Bárbara Silveira no dia 29 de junho de 2017 às 07:49

Quase 30 dias já se passaram, o São João acabou e a picuinha entre a Prefeitura e o governo do estado sobre a integração ônibus-metrô ainda rende. A novela, que teve início com a retirada dos ônibus municipais que rodavam na região do Centro Administrativo da Bahia (CAB), após a operação da estação do metrô, ganhou mais um capítulo.

Se o governador Rui Costa (PT) anunciou que vai resolver a questão com seu próprio sistema alimentador, coube aos secretários continuar com a desavença. À Metrópole na última terça-feira (27), o chefe da Casa Civil do governo, Bruno Dauster, criticou, mais uma vez, o posicionamento da prefeitura perante a questão e apontou “erros grotescos” no transporte. O município, representado pelo Secretário de Mobilidade, Fábio Mota, não deixou de responder e subiu o tom.

Reunião com o ministério público terminou em discordância de valores
O valor da divisão da arrecadação continua sendo mais um ponto de discordância entre Estado e prefeitura. “Na reunião [com o Ministério Público Federal] que tivemos, dissemos que se dividir R$ 1,80 para o estado e R$ 1,80 para a Prefeitura a gente aceita, mas se a Prefeitura pretende receber R$ 3,60 e nós ficarmos com nada, nós não aceitamos. O contrato existe, e nós aceitamos pagar R$ 1,42 por perna. Agora, subir de R$ 1,42 para R$ 1,80 sem nenhuma justificativa real é que não pode”, explicou o chefe da Casa Civil, Bruno Dauster.

“Erro grosseiro” e “imposto disfarçado”
Dauster apontou ainda “erros grosseiros” da administração de Neto e adiantou que o Estado não vai arcar com os problemas do transporte municipal. “Apresentaram um estudo com erros grosseiros. Não vamos pagar o déficit do sistema de ônibus. A outorga que eles colocaram na licitação era uma forma disfarçada de mais um imposto para o povo. Esse tipo de atitude nós não aceitamos. Essa prática é cheia de pontos obscuros. Eles falaram que colocaram R$ 2,5 bilhões no metrô quando, na verdade, não colocaram nem R$ 500 milhões. E cadê o resto? Que conta é essa?”, criticou.

Ônibus com ar-condicionado e wi-fi
Já que, segundo o governo, a Prefeitura não realizou a integração como deveria, o governador Rui Costa anunciou que a licitação das linhas alimentadoras do metrô vai acontecer ainda nesta semana, e que os ônibus vão contar com ar-condicionado e wi-fi. “A nossa decisão é não ter discussão com a Prefeitura. Se a Prefeitura mantiver a licitação dela com os ônibus que chegarem no metrô recebendo R$ 1,42 por cada perna, como é contratual, nós continuaremos pagando”, disse Dauster.

Mota: licitação é “erro”
Fábio Mota não perdeu tempo e criticou a licitação das linhas alimentadoras do metrô. “Nós entendemos que isso é um erro, não um erro da Prefeitura ou do governo, mas um erro para a população de Salvador. Se acontecer essa licitação e o governo passar a explorar cada 5 km dentro de Salvador, o usuário vai ter que descer nos cinco quilômetros e pagar outro ônibus. Vai onerar o bolso do povo de Salvador”, ressaltou o secretário.