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Malu Fontes: o Vento Estocado de R$ 10

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Malu Fontes: o Vento Estocado de R$ 10

Em um de seus discursos, no mínimo, sempre confusos do ponto de vista da retórica, a presidente afastada, Dilma Rousseff, referindo-se à energia eólica, usou a expressão "estocar vento". Como aconteceu quando ela própria fez uma saudação à mandioca, foi um Deus nos acuda de tanta gozação.[Leia mais...]

Malu Fontes: o Vento Estocado de R$ 10

Foto: Divulgação

Por: Malu Fontes no dia 29 de julho de 2016 às 19:46

Em um de seus discursos, no mínimo, sempre confusos do ponto de vista da retórica, a presidente afastada, Dilma Rousseff, referindo-se à energia eólica, usou a expressão "estocar vento". Como aconteceu quando ela própria fez uma saudação à mandioca, foi um Deus nos acuda de tanta gozação. Não faltaram na época charges, piadas, memes e videomontagens sobre o surrealismo da proposta de estocagem de vento.

Pois bem, o tempo passado depois desse episódio nem foi tão grande assim e não é que a "ixperteza" dos cariocas os levou a vender vento estocado aos turistas na Olimpíada. Ou pior, vender ar enlatado em pequeníssimas quantidades, tanto para as delegações olímpicas que chegam ao Rio de Janeiro quanto para os turistas comuns que estão na cidade.

Explicando melhor: nas lojinhas de souvenir montadas em pontos estratégicos da cidade está sendo oferecida toda a sorte de quinquilharias que fazem referências às Olimpíadas no Brasil. De fitinha cover do Senhor do Bonfim, feitas de material sintético e 'Made in China', claro, até uma réplica de uma medalha da grandona que dizem ser de ouro e para colecionadores por módicos R$ 9 mil. Se tem quem  compre e se o comprador tem razão que justifique isso, além de torrar dinheiro, claro, ninguém sabe. Entre a fitinha e a medalha de ouro capaz de deixar qualquer funkeiro com ar 'cool' e discreto está a criatividade incrível do brasileiro.

Alguém teve a ideia brilhante de fabricar milhares de latinhas bem pequenas, do tamanho equivalente a metade de uma lata de sardinha, com abridor de metal semelhante àqueles das latinhas de refrigerante e cuja superfície está escrito em inglês: "Contém ar do Rio de Janeiro". Sim, o nada contido dentro da tal latinha, que está sendo vendida por R$ 10, é anunciado como sendo um pouquinho do ar da cidade do Rio. E tem até receita de uso e indicação de como fazê-lo. Orienta-se o comprador a dar uma fungada na lata aberta para aspirar o ar do Rio e anuncia-se que o gesto é indicado para matar as saudades de Copacabana, do Leblon, de Ipanema, etc e etc.

Não, não incluíram o ar fortíssimo contendo sempre cheiro de metano que frequentemente é exalado pela pobre Baía de Guanabara. Hoje, mesmo durante as Olimpíadas, puro caldo de poluição, mas onde algumas provas serão realizadas.

Sem saber, ao, atabalhoadamente, inaugurar o uso da expressão "estocar vento", Dilma Rousseff estava na verdade era dando uma excelente ideia de empreendedorismo aos cariocas. Eles foram lá, enlataram o vento e agora o estão vendendo por R$ 10 a fungada.